O sucesso de público nos últimos dois fins de semana motivou a Galeria Scenarium a prorrogar as quatro exposições que ocupam os seus três andares, na rua do Lavradio, na Lapa, Centro do Rio. Cerca de 1.500 pessoas foram ver as mostras, que marcam a reabertura do espaço que estava fechado desde a pandemia. A grande procura teve como atração principal o “Gabinete Selarón de Curiosidades”, que homenageia o artista plástico chileno Jorge Selarón (1947-2013).

Para celebrar a prorrogação, o colecionador e antiquário Plínio Fróes, sócio do Grupo Scenarium, vai promover no próximo dia 28, sábado, às 14h, um encontro entre artistas que estão expondo na galeria, críticos de arte e o público. “Será também um momento para fazermos uma conexão reverente com a ArtRio, o principal evento de artes plásticas da cidade, que motiva todos os que a visitam”, afirma.

A reabertura da galeria está sendo marcada pela primeira exposição de pinturas de Selarón, que é mais conhecido pela célebre escadaria que ele cobriu de azulejos, ligando a Lapa ao bairro de Santa Teresa. São cerca de 300 quadros, que mostram diversos momentos de sua trajetória artística.

Para o encontro do dia 28, já estão confirmadas as presenças dos artistas das outras três exposições da galeria: “Mostra É Você Que Me Vê”, de Charles Barreto”, “Pinceladas Afetivas, pintura realista, moderna e expressionista” e “Azul Cobalto, Azulejos e Memórias”. 

Na primeira, o artista Charles Barreto, que também é diretor cultural do Grupo Scenarium, apresenta pinturas abstratas e, principalmente, assemblages instigantes - montagens em que reúne objetos e lhes dá novos significados. Percorrer sua mostra, que teve a curadoria de Martha Niklaus, é enveredar por um percurso de interrogações e surpresas.

A segunda exposição reúne artistas mineiros, todos com carreiras estabelecidas, alguns com presenças no exterior, reunidos sob a organização do próprio Plínio Fróes. São pinturas de Andréia Vasconcelos, Brigida De Murtas, Edna Schonblum, Giancarlo Scapolatempore e Pompéia Scapolatempore. Os cinco trazem diferentes abordagens para a arte realista, cada um com uma linguagem própria e, ao mesmo tempo, formando um conjunto que afeta o público, como propõe o título da exposição.

A terceira mostra, chamada de “Azul Cobalto, Azulejos e Memórias”, com a curadoria de Cristina Lodi, traz para o público o acervo de azulejos históricos de Nelson Torzecki, também diretor do Grupo Scenarium. A exposição traz azulejos produzidos na Holanda, França, Bélgica, Portugal, Alemanha e Inglaterra, e discorre sobre a evolução técnica e estilística destes objetos, presentes na arquitetura brasileira desde o século 17.

As exposições estão prorrogadas até o fim de 2024, havendo possibilidade de nova extensão, conforme for verificado o interesse do público.



O próprio prédio onde está a Galeria Scenarium é um monumento que atrai a visitação pública. O casarão do século 19 foi a residência de uma prima da princesa Isabel, no número 13, e do visconde de Itaboraí, no número 15. As iniciais do nome do visconde, José Rodrigues Torres, enfeitam até hoje o alto da fachada da construção.