12 de junho de 2022

Plaza Shopping é acusado de censurar exposição

A exposição “Abecedário da diversidade”, do artista plástico Diego Moura, entrou em cartaz no corredor do terceiro piso do Plaza Shopping, em Niterói, na quinta-feira (dia 9) à noite e, menos de 24 horas depois, as obras foram retiradas do espaço. Com visitação gratuita, a mostra de arte digital pop é composta por imagens de personalidades da causa LGBTQIAP+ e por conteúdo informativo sobre o tema. A administração do shopping diz que exposição foi transferida de local para "não impactar o fluxo" durante o período de vendas de Dia dos Namorados.



Moura acredita ter sido censurado depois que o vereador de Niterói e pré-candidato a deputado estadual pelo PL do Rio de Janeiro, Douglas Gomes, gravou um vídeo no local e o publicou em suas redes sociais, dizendo que as placas que tratavam sobre sexualidade era “um absurdo” e que o centro comercial “trabalhava para sexualizar as crianças”.


— Estou confuso, magoado, tentando entender, porque o Plaza falou que ia me proteger de qualquer ataque (de ódio) antes mesmo da inauguração da exposição. Eu disse a eles que não sou uma pessoa que se expõe politicamente. O meu ato político é a minha existência.

A minha arte representa pessoas, eu dou visibilidade a elas. Eu sei que Niterói é uma cidade que tem muita gente preconceituosa. E eles me disseram que o shopping apoia a causa LGBT, que eu podia ficar tranquilo, que não ia ficar desassistido. Eles me passaram uma segurança. Estava tudo certo até ontem, todo mundo comemorando a inauguração da exposição. E hoje eu recebo a foto de um amigo me questionando: “Cadê a mostra?”. Quando eu entrei em contato, ninguém me respondeu. Me deixaram totalmente desassistido — conta Moura.


O artista selecionou personalidades para homenagear e representar o movimento: a ex-BBB Linn da Quebrada, o humorista niteroiense Paulo Gustavo, os cantores Elton John, Ludmilla, Luísa Sonza, Petra Gil, Pabllo Vittar e Gloria Groove.


— Em paralelo, a ideia foi a gente apresentar o abecedário da diversidade. Ensinar para os leigos o que significa o LGBTQIAP+. As explicações usadas foram as mais simples, e a fonte primária foi o Brasil Escola. Existe uma equipe da diversidade no shopping, uma funcionária transexual que participou dos ajustes. Então, passou pelo crivo de pessoas que sabem do que se trata. A gente tomou todo um cuidado. Ficamos dias fazendo reajustes de textos, para deixar muito coeso e certinho. Não foi feito de um jeito irresponsável. O Plaza sabia de todo o conteúdo, foi aprovado. Fizemos o contrato.


Moura conta que na noite desta sexta-feira, quando chegou ao shopping, encontrou todas as suas obras “escondidas numa salinha em obras, cheia de poeira e cimento”.


— Desrespeitaram o meu trabalho, em todos os sentidos. Eu fui procurar saber nas lojas por que os comerciantes se incomodaram, porque foi essa a desculpa que a administração do shopping me deu, que as obras atrapalhavam a circulação de pessoas e as vendas para o Dia dos Namorados. Mas os lojistas se mostraram revoltados com a censura. Porque as equipes são em sua maioria da comunidade LGBT. Eu sei o que é censura, o que é homofobia. Ninguém é leigo aqui. Inclusive, o intuito da exposição é combater esse tipo de argumento arcaico — reafirma Moura.


O artista plástico afirma que vai tomar todas as medidas cabíveis junto à Justiça e aos Direitos Humanos para reverter a situação. E que a resposta que espera do centro comercial é que suas obras sejam recolocadas no mesmo corredor em que estava na inauguração.


— Me afundar em tristeza não vai resolver nada. Voltar com a exposição vai ser a resposta. Minha arte sempre foi muito bem aceita, nunca fui alvo de ódio assim. Sempre fui acolhido, as pessoas sempre elogiaram. Na vida, eu já sofri muito preconceito quando mais jovem.

Eu andava na rua e me tacavam pedras. Todos os homossexuais já passaram por isso. Nos momentos de maior desespero, a arte era o meu refúgio. Hoje, eu vejo que esse refúgio que eu criei não me protege. Eu me vejo numa situação muito vulnerável. Será que eu não sou nada, não tenho valor? Essas situações ferem, fazem a gente refletir. Mexeram com o meu sonho, brincaram com uma paixão minha — se ressente, complementando: — Isso acontecer justamente no Mês do Orgulho LGBTQIAP+ mostra que só querem usar a nossa história para lucrar. E num momento que precisavam se posicionar para me defender, eles simplesmente ouviram a voz do ódio, e não a do conhecimento. Estou me sentindo humilhado, usado.


O Plaza Shopping Niterói diz, em nota, que preza pela tolerância e busca propor sempre um ambiente de respeito para clientes, lojistas e colaboradores: "A exposição, contratada pelo shopping, está acontecendo em uma loja no 3º andar, com entrada gratuita, para não impactar o fluxo do mall, especialmente no período de Dia dos Namorados", afirma. A administração do shopping diz ainda que a exposição tem caráter informativo, "levando ao conhecimento do público em geral a definição de cada letra da sigla LGBTQIA+, além de imagens de personalidades do movimento".



7 de agosto de 2025
Um dos bares mais tradicionais da Lapa, o Leviano, recebe a roda de samba do cantor e percussionista Paulo Zerbini, na próxima sexta-feira, 08 de agosto, a partir das 18 horas. Com um ambiente acolhedor, diversificado e de boa gastronomia, o Leviano, que completou 16 anos de atividade, recebe pessoas de todo o Rio de Janeiro e turistas nacionais e internacionais. Quem anima as noites de sexta-feira é o cantor e percussionista Paulo Zerbini, que traz em seu repertório, um verdadeiro passeio entre o samba e a MPB, com muitos sucessos de nomes como Almir Guineto, Clara Nunes, Jorge Aragão, Agepe, Fundo de Quintal, entre outros, além de composições próprias. O Leviano fica localizado na Rua Mem de Sá, 49, Lapa, RJ.  O valor do ingresso, R$ 20.
7 de agosto de 2025
Como parte do projeto Contos na Varanda, o Centro Cultural Paschoal Carlos Magno recebe no sábado,09 de agosto, às 11h, uma contação de história baseada no infantil 'Chapeuzinho vermelho - Uma história que ganha vida'. Nesta contação de história especial, Chapeuzinho Vermelho deixa de ser apenas um conto falado e se transforma em uma experiência viva e surpreendente. À medida que o narrador começa a tecer a clássica trama da menina de capuz vermelho, algo mágico acontece: os personagens da história começam a aparecer um a um, bem atrás do contador, como se tivessem saído diretamente das páginas do livro para o mundo real. Essa entrada inesperada dos personagens transforma a contação em um verdadeiro espetáculo vivo. Os olhos das crianças se enchem de brilho a cada nova aparição, como se estivessem dentro da própria história. Elas não apenas escutam — sentem, vivem, sonham junto com cada cena. É como se as páginas do conto se abrissem diante delas, trazendo à tona um universo de fantasia, surpresas e descobertas. Um formato dinâmico e sensorial, que desperta a imaginação, prende a atenção do começo ao fim e transforma o simples ato de ouvir em uma experiência teatral inesquecível. Serviço Contos na Varanda: Chapeuzinho Vermelho Data: Sábado, 09 de agosto de 2025 Horário: 11h Duração: 30min Classificação indicativa: Livre Entrada Gratuita Local: Centro Cultural Paschoal Carlos Magno - Varanda End: Campo de São Bento - Entrada pela rua Lopes Trovão