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8 de dezembro de 2024

Exposição “Invento o Cais” apresenta um panorama contemporâneo da arte ambiental, no Sesc Niterói



Com curadoria de Julia Naidin, Fernando Codeço e Daniel Toledo, mostra reúne trabalhos de 14 artistas que participaram de residências artísticas imersivas promovidas pela CasaDuna, na praia de Atafona (RJ)



Região é considerada pela ONU como uma das mais vulneráveis do mundo em função do aumento do nível do mar devido à emergência das mudanças climáticas



Como criar a partir das ruínas e do caos? Este foi o desafio lançado aos artistas visuais participantes da residência de arte “CaosCaisCosmos”, realizadas em maio e julho de 2022 na praia de Atafona, no litoral norte do Rio de Janeiro. Conhecida mundialmente por representar as trágicas consequências da crise climática, a região se tornou o ponto de partida para uma experiência artística única promovida pela CasaDuna – Centro de Arte, Pesquisa e Memória de Atafona. Agora, o resultado dessa imersão pode ser conferido na exposição “Invento o Cais”, que inaugura em 23 de novembro no Sesc Niterói, sob curadoria de Julia Naidin, Fernando Codeço e Daniel Toledo.



Os artistas da residência foram convidados a trabalhar a partir das relações entre Natureza e Cultura em suas rupturas e continuidades. A erosão marinha em Atafona contesta os limites da (domin)ação humana sobre a geologia da Terra, evidenciando uma crise (e uma crítica) no espaço público comum. Ao longo dos anos, o avanço das águas do mar já destruiu mais de 500 construções na região. Hoje, o que se vê é uma paisagem desoladora e inquietante, que aponta um futuro provável também para outras zonas costeiras. “As obras estabelecem relações diretas e indiretas com a erosão e com a paisagem, centrando-se sobretudo em reflexões ambientais, coletivas e processuais. O objetivo é transfigurar a noção de corrosão, ampliando-a para além da destruição e abrindo novas perspectivas de mundo e de modos de adaptação e agenciamento”, explica a curadora Julia Naidin.



Para quem quer se soltar invento o cais


Invento mais que a solidão me dá


Invento lua nova a clarear


Invento o amor e sei a dor de encontrar



Eu queria ser feliz


Invento o mar


Invento em mim o sonhador


(“Cais”, de Milton Nascimento)



“Invento o Cais” reúne criações de 14 artistas nacionais e estrangeiros de diferentes gêneros e idades, todas desenvolvidas no contexto singular de Atafona, articulando a beleza bucólica, a história pesqueira resiliente e a força bruta da erosão. Para esta curadoria, foram revisitados trabalhos realizados em imersões anteriores em colaborações com a Escola sem Sítio (2019) e com o curador Andrés Hernández no projeto Erosões Visuais (2018), entre outros. São eles: Caroline Valansi, Daniel Toledo, Fernanda Branco, Fernando Codeço, Isabela Sá Roriz, João Paulo Racy, Julia Naidin, Lu By Lu, Mariana Moraes, Paulo Victor Santana, Raphael Couto, Tetsuya Maruyama, Sarojini Lewis e Thais Graciotti.



“São fabulações dos olhares de pessoas de origens diversas, que ressignificam o sentido da erosão e criam outras formas de coabitar o mundo a partir do caos, para oferecer uma perspectiva contemporânea e decolonial sobre a questão da emergência climática”, pontua o curador Fernando Codeço. Cinco trabalhos integram a mostra de vídeos e nove abrangem instalação, objetos, fotografias, pintura, colagem e performance, numa espécie de panorama da arte ambiental.


Um espelho das questões climáticas



De acordo com o último relatório da ONU, Atafona está entre os locais mais ameaçados pela elevação do nível do mar, que pode subir 21 cm até 2050 – uma alta que já registrou 13 cm entre 1990 e 2020. Há mais de 50 anos, a comunidade local vive sob a sombra da destruição causada pela subida constante das águas. “Atafona é uma das áreas mais vulneráveis do mundo, um museu a céu aberto que é um espelho das questões climáticas globais, e que simboliza as consequências de modos de vida pautados pela exploração e o acúmulo”, finaliza o curador Daniel Toledo.



“Invento o Cais” terá vernissage com a presença dos artistas e curadores, e serão oferecidas duas visitas guiadas sob agendamento prévio para professores e estudantes da região. Além disso, duas oficinas com a/os artistas Caroline Valansi e Tetsuya Maruyama, O objetivo é criar no espectador um impacto pedagógico que estimule o debate sobre a transformação ambiental a partir do contexto da criação artística. “Invento o Cais” é realizada em parceria com a produtora Imagem Palavra Movimento e fica em cartaz no Sesc Niterói até fevereiro de 2024.



O projeto foi contemplado pelo edital SESC Pulsar 2023/2024 e é fruto de anos de pesquisa e criação da CasaDuna, que desde 2017 explora as relações entre arte, filosofia e ecologia em suas residências e ações culturais. Esta é a segunda exposição da CasaDuna no Sesc, sucedendo a mostra “Rio Paraíba ao Mar” (contemplada pelo edital Sesc Pulsar 23), que apresentou pesquisas de Fernando Codeço e do Grupo Erosão.



Invento o Cais 


Exposição de Arte Contemporânea


Sesc Niterói – R. Padre Anchieta, 56 – São Domingos, Niterói – RJ, 24210-050


De 23/11/24 a 23/02/25


Terça a sábado, de 10h às 17h


Entrada gratuita


Classificação Livre


27 de fevereiro de 2025
Com curadoria de Desirée Monjardim, a individual de Fernando Cuntin explora a intensidade da cor e a dinâmica da forma. As pinturas de Fernando Cuntim serão expostas na Sala José Cândido de Carvalho, na exposição "Cuntin-Ta e Pincel". Com abordagem única, o artista cria experiências sensoriais intensas de sua visão artística. A mostra acontece na Sala José Cândido de Carvalho, na Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, com visitação até o dia 11 de abril. A entrada é gratuita. A exposição é apresentada pela doutora em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte, Isis Braga, que destaca a força da obra do pintor. "A pintura, para ele, é um espaço onde os sentimentos ganham formas tangíveis e onde a beleza se revela em cada detalhe. Sua obra traduz um campo de forças, no qual a harmonia é conquistada pela tensão das cores e pela movimentação das formas, que fluem com liberdade e expressividade". Cuntin se interessou pela arte na adolescência, através das aulas de desenho e pintura com o professor Fábio Leopoldino, aprendendo técnicas como óleo, acrílica, pastel, guache e aquarela. "Desde então me dedico à pintura com as mãos cheias de tintas e pinceis e estou sempre praticando o desenho em cadernos de estudos, os chamados sketchbooks", afirma o artista. Serviço Exposição Cuntin-Ta e Pincel de Fernando Cuntin Curadoria de Desirée Monjardim Abertura: Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025 Horário:18h Visitação: até 11 de abril de 2025 Segunda a sexta, de 9h às 17h Entrada gratuita Local: Sala José Cândido de Carvalho End: Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, Niterói
27 de fevereiro de 2025
Este semana o tradicional jornal inglês ”The Guardian” publicou uma resenha opinando que o longa-metragem brasileiro ”Ainda Estou Aqui” ,dirigido por Walter Salles e com história retratada majoritariamente no Rio de Janeiro , é o favorito ao Oscar 2025 na categoria ”Melhor Filme Internacional” . No texto,a jornalista Wendy Ide , responsável pela opinião, diz que ”após o fiasco de ‘Emilia Pérez’ [outro filme na disputa], ‘Ainda Estou Aqui’ é o favorito”. Wendy também elogia Fernanda Torres , que concorre ao Oscar na categoria ”Melhor Atriz” após interpretar Eunice Paiva , protagonista do longa e esposa de Rubens Paiva, personagem central da história – representado no filme por Selton Mello -, assassinado durante a ditadura militar no Brasil. ”Fenomenal!Ela mereceu a indicação”, destacou Ide. Vale ressaltar que, além das duas indicações citadas acima, ”Ainda Estou Aqui”concorre também na principal categoria do Oscar, isto é, ”Melhor Filme”. A cerimônia de entrega das estatuetas acontecerá no próximo domingo (02/03), a partir das 21h (de Brasília), no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia,Estados Unidos.
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