Exposição em Niterói reúne obras de mulheres indígenas
O Espaço Cultural Correios Niterói recebe a exposição “Entre a Terra e a eternidade”. A mostra segue até o dia 26 de abril, celebrando a força, a memória e a espiritualidade das mulheres indígenas, em obras de dez artistas que resgatam e reinventam saberes ancestrais por meio de suas criações. O Movimento Vozes do Mundo, responsável pela iniciativa, é um coletivo que promove a discussão e a sensibilização em relação às questões ambientais, com foco em experiências imersivas e interativas. Já é a segunda exposição do movimento nos Correios.
— Nessa segunda mostra do Vozes do Mundo, destacamos a força e a resistência das mulheres indígenas. Aqui, a arte e a cultura se tornam ferramentas poderosas de diálogo e transformação social, amplificando suas vozes e reafirmando a importância de seus saberes. Acreditamos no potencial da arte para questionar, inspirar e reimaginar realidades — afirma Mariana Bahia, fundadora do movimento.
A exposição conta com obras das artistas Ana Maria Kariri, Camila Canela, Camila Sol, Carolina Potiguara, Emiliana Marajoara, Eva Tupinambá, Kaolin Maxakali, Mandacaru Karajá, Maria Karajá e Tapixi Guajajara. Elas apresentam trabalhos que evocam memórias coletivas, resistência cultural e os ciclos de transformações que atravessam gerações. A exposição é concebida como um espaço de valorização, onde arte, história e luta se entrelaçam para convidar o público a refletir sobre a relação com os povos originários e seus territórios.
— Nosso objetivo, e falo em nome de toda a equipe, é criar um espaço de reflexão coletiva, conectando apoiadores de diversas áreas para fortalecer um entendimento sensível e profundo sobre a preservação da memória — explica Mariana.
Veja obras de artistas indígenas expostas em Niterói
Além da mostra, o evento oferece atividades que aprofundam a experiência do público, como a oficina “Escritas da Terra: o grafismo indígena como releituras do amanhã”. Conduzida por Carolina Potiguara e Tapixi Guajajara, a atividade explora o grafismo como instrumento de identidade, comunicação e resistência, conectando os participantes às formas de expressão ancestrais.
Em “Contos amazônicos”, a arte-educadora Emiliana Marajoara conduz uma experiência sensorial que resgata a tradição oral da Amazônia. A artista narra lendas como Matinta Perera, uirapuru e Luapê Jaçaña, utilizando instrumentos tradicionais, como chocalhos e apitos, para criar uma ambientação que transporta o público para o universo das encantarias.
A entrada para a exposição é gratuita. O espaço cultural fica na Avenida Visconde do Rio Branco 481, no Centro. A visitação ocorre de terça a sexta-feira, das 11h às 18h; e aos sábado, das 13h às 18h.

