7 de setembro de 2023

Documentário 'Dois Paulos na Paulicéia' estreia no SescTV

Produção traz depoimentos que retratam o legado de Paulo Freire e Dom Paulo Arns, considerados referências na organização popular

 

Na próxima sexta (8 de setembro), estreia no SescTV, às 22h, o documentário “Dois Paulos na Paulicéia”, com direção de Carlos Pronzato e produção de Paulo Pedrini. A obra entrelaça as trajetórias de resistência e defesa da educação de Paulo Freire, decano da Educação Brasileira e intelectual mundialmente reconhecido, com as lutas pelos direitos humanos de Dom Paulo Evaristo Arns, durante a ditadura entre as décadas de 60 e 80. A partir do dia 8, o documentário estará disponível para ser assistido sob demanda em sesctv.org.br/exclusivo.

Construído com aproximadamente 50 depoimentos em áudio, devido às circunstâncias da pandemia, o filme confronta um passado autoritário que teima em ressurgir, questionando tentativas modernas de remodelar a educação por meio de projetos como o "Novo Ensino Médio" (NEM), que pretende submeter a sociedade brasileira ao obscurantismo. Entre os entrevistados estão Nita Freire, Frei Betto, Luiza Erundina, Juca Kfouri, Ivo Herzog, Paulo Vanucchi, Dom Angélico Sândalo Bernardino, Margarida Genevois, Salvador Pires, Adolfo Perez Esquivel, Maria Ângela Borsoi e muitos outros.

Na introdução, Thomas Jensen, economista e técnico do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), enfatiza o compromisso de ambos como defensores do "esperançar" em São Paulo e em escala global. “O esperançar significa apostar tudo na organização popular, na escuta atenta do povo, em estar com o povo. Os dois Paulos andaram muito pelas periferias na cidade de São Paulo e ali, com o povo, escutando as necessidades deles, ajudaram a formar coletivos populares, associações de bairro, círculos de cultura, e essas organizações permanecem até hoje”, pontua.

 

SERVIÇO:


Dois Paulos na Paulicéia

Estreia: 8/9 (sexta), às 22h

Classificação indicativa: livre

Duração: 1h24min

Direção: Carlos Pronzato 

 

Sobre o SescTV:



O SescTV é um canal de difusão cultural do Sesc em São Paulo, distribuído gratuitamente, que tem como missão ampliar a ação do Sesc para todo o Brasil. Sua grade de programação é permeada por espetáculos, documentários, filmes e entrevistas. As atrações apresentam shows gravados ao vivo com grandes nomes da música e da dança. Documentários sobre artes visuais, teatro e sociedade abordam nomes, fatos e ideias da cultura brasileira. Ciclos temáticos de filmes e programas de entrevistas sobre literatura, cinema e outras artes também estão presentes na programação.

 

Para sintonizar o SescTV:

Consulte sua operadora 

Assista também online em sesctv.org.br/noar 

 

7 de setembro de 2025
Projeto inédito traz a dança e a pesquisa de mascaradas para a abertura do Festival Palavra Líquida 2025 no Sesc Copacabana, Madureira e São João de Meriti, em apresentações gratuitas Resultado de uma pesquisa de seis anos, o experimento cênico “Gorila de Saco” estreia nos palcos do Sesc como parte da abertura oficial da décima edição do Festival Palavra Líquida. O trabalho, que já se desdobrou em filme e folguedo, chega ao teatro pela primeira vez, buscando resgatar a figura do gorila de saco do lugar da violência e do estigma social. Tradicionalmente presente nas ruas das favelas do Rio de Janeiro, especialmente na Zona Norte e na Zona Oeste, o gorila de saco transitava à noite, amedrontando e divertindo crianças, performando como um animal imaginário que se tornou símbolo de uma cultura de rua efêmera, mas inesquecível. Inspirado nessa tradição, o projeto transforma anos de pesquisa em um espetáculo que celebra a mascarada, a ancestralidade e a resistência cultural. A obra é movimentada pela artista transdisciplinar e dramaturga nascida na Zona Oeste do Rio, Luzé Gonçalves, integrante de uma família que preserva a tradição dos gorilas do saco, e é realizada pela Entretempo Produções. Direção e dramaturgia assinados pela parceria entre Renata Tavares e Luzé Gonçalves. Encenado por VN Rodrigues, com trilha sonora e música ao vivo de Beà Ayóòla, o espetáculo ganha vida nos palcos por meio da dança e da música, proporcionando uma imersão na cultura popular. Memória e resistência Por conta de seu passado, o personagem ainda sofre preconceito e é pouco compreendido pela sociedade, sendo associado a atos violentos e até proibido em alguns lugares. No entanto, para Luzé, esse estigma não representa a verdadeira natureza da fantasia, que carrega consigo resistência cultural e identidade popular, distante da criminalidade equivocadamente associada a ela. Como um dos destaques do Festival Palavra Líquida, que celebra o tempo e a festa, a peça convida o público a ir além do estigma e a mergulhar em uma história de ancestralidade e resistência. “É meu desejo, ao fazer o filme, o folguedo e agora essa apresentação, que a gente tire o gorila de saco do lugar da violência e do estigma. O que estamos fazendo é celebrando a mascarada e sua ancestralidade”, ressalta Luzé Gonçalves. O trabalho tem um forte apelo pessoal para a idealizadora, que cresceu em Padre Miguel e carrega a tradição do carnaval em sua própria família. Essa conexão íntima com a cultura de rua, torna a obra ainda mais potente. Serviço O quê: “Gorila de Saco” Quando: 5, 6 e 14 de setembro de 2025 Onde: Sesc Copacabana (5 e 6 de setembro) e Sesc São João de Meriti (14 de setembro)
7 de setembro de 2025
Uma mulher de 40 anos, recém-separada, diante de caixas cheias de lembranças e novos caminhos pela frente. Essa é a premissa de “Fora da caixa”, comédia dramática escrita e protagonizada por Dani Fritzen, em parceria com o ator Mario Neto e direção de Marcos Ácher. O espetáculo, que estreou em 2021 e já passou por diferentes palcos do Rio de Janeiro, foi adaptado em 2024 para o cinema, com estreia em 2025 no Festival Mulher de Niterói. “Fora da caixa” acompanha Ana, personagem de Dani Fritzen, que decide recomeçar a vida após uma separação. Ao lado de Edu (Mario Neto), seu alter ego, ela enfrenta reflexões sobre infância, família, prazer feminino, padrões de beleza, relações abusivas, envelhecimento, fé e vulnerabilidades. O mote central da peça é um convite à autenticidade: “Se você deixar de ser para caber, não é o seu lugar”. O texto foi escrito durante o confinamento da pandemia de Covid-19 e marcou a estreia de Dani Fritzen na dramaturgia adulta, após 11 livros publicados na literatura infantojuvenil — quatro deles já adaptados para o teatro. A peça estreou em 2021 em versão online e, ainda no mesmo ano, fez temporada presencial no Theatro Municipal de Niterói, viabilizada pelo edital da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC) e pela Lei Aldir Blanc. Em 2022, ganhou formato intimista no Teatro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, aproximando público e personagem como se todos estivessem dentro da casa de Ana. No mesmo ano, passou pelo Teatro da UFF e participou do Festival Mulher, com roda de debate após a apresentação. Do palco ao cinema A trajetória da obra se ampliou em 2024, quando Dani Fritzen escreveu o roteiro da versão cinematográfica, dirigida por HSu Chien. O curta-metragem, lançado em 2025 no Festival Mulher de Niterói, preserva a essência poética da peça, mas explora novas possibilidades visuais para o mergulho nas transformações de Ana. Com essa transição, “Fora da caixa” reforça a capacidade do teatro em dialogar com outras linguagens artísticas, mantendo-se fiel ao seu propósito: falar sobre recomeços de forma leve, acessível e emocionante. Por que isso importa Em tempos de incerteza e mudanças pessoais e sociais aceleradas, histórias que tratam de autoconhecimento, coragem e reinvenção encontram forte ressonância no público. A peça e o curta oferecem identificação a diferentes gerações, especialmente a mulheres que enfrentam dilemas relacionados à independência, envelhecimento e busca por autenticidade. O sucesso da obra também destaca a força das produções independentes no cenário cultural brasileiro, que, mesmo em meio a desafios de financiamento, conseguem ocupar palcos e festivais, além de circular entre teatro e cinema.