O livro África Brasil: um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver, de Kamille Viola, será lançado dia 2 de agosto, na Livraria da Travessa do Leblon
O terceiro título da “Coleção Discos da Música Brasileira“, organizado pelo crítico Lauro Lisboa Garcia, é dedicado ao disco África Brasil (1976), de Jorge Ben Jor. Sob o nome de “África Brasil: Um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver” o livro, finalista do Prêmio Jabuti em 2021, foi escrito pela jornalista e pesquisadora musical Kamille Viola, que pesquisou a obra de Jorge Ben por mais de uma década para registrar o exemplar.
Dentre as entrevistas, a carioca conversou com músicos como Gilberto Gil, Marcelo D2, Lúcio Maia, Jorge Du Peixe, Dadi, Gustavo Schroeter, BNegão, produtores, pesquisadores e até o jogador de futebol Zico, homenageado na faixa “Camisa 10 da Gávea”, para reconstruir a história do artista, processo criativo e os bastidores da produção do álbum que uniu o funk, o samba, o rock e o soul. A obra chega depois de A tábua de esmeralda (1974) e Solta o pavão (1975) e é considerada uma das mais emblemáticas da discografia de Jorge Lima de Menezes.
Entre os artistas entrevistados pela autora está Mano Brown, líder do grupo Racionais MC’s e fã confesso, que resume a importância de Jorge Ben: “É um cara que, igual ao James Brown, Marvin Gaye, e esses artistas muito grandes com uma obra muito grande, de tempos em tempos eles vêm em você. A música volta. Eu ouvi o Jorge Ben em várias épocas da minha vida, várias épocas da carreira dele. Eu lembro de muitas fases. […] Nas rodas de samba, a gente cantava Jorge Ben. Quem soubesse cantar Jorge Ben num ritmo de samba ia bem (risos)”.
Entre colaborações, também, está a entrevista de Mano Brown.
“A gente mora num país negro onde a maioria dos artistas era branco. O Jorge Ben sempre foi inspirador. Em vários momentos. Nem sempre só para poder trabalhar, só para usar ou cantar. Para ouvir e para viver, que é a melhor coisa. Quando eu passei a fazer música, passou a fazer parte da minha música também. Isso aí ia ser óbvio. Influência direta. Porque a gente escreve rap em português. Não tivemos aquela escola, a gente não teve acesso ao que os negros americanos falavam, a gente não sabe o que eles falavam. A gente imagina o que eles falavam. Mas o Jorge Ben, eu sei exatamente do que ele tá falando”, conta Mano Brown, fã de Jorge, em entrevista à autora.
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