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14 de fevereiro de 2024

O Drácula antes de Jonathan Harker

Em "D. e o Procurador", Fauno Mendonça apresenta um livro de suspense com dramas existenciais a partir de universo criado por Bram Stoker


Antes da famosa história de Drácula, eternizada como um dos grandes arquétipos do vampirismo, o personagem contrata o procurador Connor Burke para comprar imóveis na Inglaterra e ajudá-lo a reencontrar a amada Elisabetha. Estes fatos não estão no livro de Bram Stoker - eles ocorrem no enredo inédito criado por Fauno Mendonça em D. e o Procurador. Nele, os fãs do ser imortal e até aqueles que nunca tiveram tanto contato com o clássico podem se aprofundar no passado de um dos maiores símbolos da literatura mundial.


A obra traz perspectivas pouco exploradas do conde da Transilvânia, como pensamentos íntimos, um antigo amor e experiências na Ordem do Dragão, instituição cristã responsável por defender os ideais religiosos e batalhar contra os turcos-otomanos. Mas, apesar de ser a figura central que movimenta os acontecimentos da trama, é o leitor que escolhe quem será o personagem principal. Isso porque Connor Burke também assume o protagonismo e vai apresentar os contextos da era vitoriana, ao passo que entra em conflito com os próprios sentimentos e pondera sobre dilemas nacionalistas.


O procurador irlandês viaja até o castelo de Drácula para prestar contas sobre os imóveis adquiridos. Ele não sabe a verdadeira intenção do nobre misterioso, mas tornou-se seu representante oficial. Apesar de reconhecer os perigos de aceitar a ocupação, o homem permanece nesta missão e começa a desvendar enigmas no país estrangeiro. Enquanto cumpre com a promessa feita ao vampiro, imerge em uma profunda introspecção para buscar um sentido na vida e se reconectar com as origens.

Pelo menos naquelas últimas horas não se lembrava de seu encontro que teria com Drácula. A viagem aos Cárpatos se tornou menor diante de tantas notícias severas que recebera em um espaço de tempo tão curto. De qualquer forma, ele estava convicto de a vida ser impositiva e não admitir ser detida. Ela segue o fluxo do tempo, e o tempo não para. (D. e o Procurador, p. 108).


De maneira linear, o livro alterna as narrativas entre primeira e terceira pessoa: uma é utilizada para incluir as reflexões do conde, um ser orgulhoso que precisa falar sobre si mesmo; e a outra descreve as vivências do protagonista e a necessidade dele de fugir do vazio existencial. “Demonstro com maior clareza que Drácula tem um lado humano tal qual um homem comum que procura felicidade, amor e paz. Usando o Connor, mostro que todos devem ter um propósito de vida. Inclusive, o conde, por ser uma criatura antiga e mais sábia, dá ensinamentos ao procurador para ele encontrar seu caminho”, explica o escritor.


Além de aprofundar os aspectos psicológicos dos personagens, Fauno Mendonça destaca as culturas locais que atravessam da Irlanda à Romênia. Ele ainda se aprofunda nos problemas políticos, sociais e econômicos existentes na Europa no final do século XIX, ao tratar sobre os conflitos entre a Ilha da Esmeralda e a Inglaterra, que culminou na Grande Fome e na imigração de irlandeses para os Estados Unidos; a batalha da Ordem do Dragão contra o Império Otomano; e as diferenças entre a era industrial no Reino Unido em comparação com o leste europeu.


Com uma ficção de atmosfera gótica, o escritor narra fatos anteriores aos percalços vivenciados por Drácula com a chegada de Jonathan Harker no castelo da Transilvânia e reflete sobre as origens de personagens que não haviam sido desvendadas por Bram Stoker. Mas D. e o Procurador extrapola os limites deste mundo de terror e suspense porque adentra em dilemas atemporais das nações e destrincha as contradições inerentes dos seres humanos.


27 de fevereiro de 2025
Com curadoria de Desirée Monjardim, a individual de Fernando Cuntin explora a intensidade da cor e a dinâmica da forma. As pinturas de Fernando Cuntim serão expostas na Sala José Cândido de Carvalho, na exposição "Cuntin-Ta e Pincel". Com abordagem única, o artista cria experiências sensoriais intensas de sua visão artística. A mostra acontece na Sala José Cândido de Carvalho, na Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, com visitação até o dia 11 de abril. A entrada é gratuita. A exposição é apresentada pela doutora em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte, Isis Braga, que destaca a força da obra do pintor. "A pintura, para ele, é um espaço onde os sentimentos ganham formas tangíveis e onde a beleza se revela em cada detalhe. Sua obra traduz um campo de forças, no qual a harmonia é conquistada pela tensão das cores e pela movimentação das formas, que fluem com liberdade e expressividade". Cuntin se interessou pela arte na adolescência, através das aulas de desenho e pintura com o professor Fábio Leopoldino, aprendendo técnicas como óleo, acrílica, pastel, guache e aquarela. "Desde então me dedico à pintura com as mãos cheias de tintas e pinceis e estou sempre praticando o desenho em cadernos de estudos, os chamados sketchbooks", afirma o artista. Serviço Exposição Cuntin-Ta e Pincel de Fernando Cuntin Curadoria de Desirée Monjardim Abertura: Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025 Horário:18h Visitação: até 11 de abril de 2025 Segunda a sexta, de 9h às 17h Entrada gratuita Local: Sala José Cândido de Carvalho End: Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, Niterói
27 de fevereiro de 2025
Este semana o tradicional jornal inglês ”The Guardian” publicou uma resenha opinando que o longa-metragem brasileiro ”Ainda Estou Aqui” ,dirigido por Walter Salles e com história retratada majoritariamente no Rio de Janeiro , é o favorito ao Oscar 2025 na categoria ”Melhor Filme Internacional” . No texto,a jornalista Wendy Ide , responsável pela opinião, diz que ”após o fiasco de ‘Emilia Pérez’ [outro filme na disputa], ‘Ainda Estou Aqui’ é o favorito”. Wendy também elogia Fernanda Torres , que concorre ao Oscar na categoria ”Melhor Atriz” após interpretar Eunice Paiva , protagonista do longa e esposa de Rubens Paiva, personagem central da história – representado no filme por Selton Mello -, assassinado durante a ditadura militar no Brasil. ”Fenomenal!Ela mereceu a indicação”, destacou Ide. Vale ressaltar que, além das duas indicações citadas acima, ”Ainda Estou Aqui”concorre também na principal categoria do Oscar, isto é, ”Melhor Filme”. A cerimônia de entrega das estatuetas acontecerá no próximo domingo (02/03), a partir das 21h (de Brasília), no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia,Estados Unidos.
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