O Rio de Janeiro recebe a segunda edição do BraJazz Fest até o dia 10 de julho, no Teatro XP, no Jockey Club, zona sul da cidade do Rio de Janeiro. O objetivo é apresentar gratuitamente ao público a potência e a alta qualidade do jazz nacional. A cada dia, diferentes facetas da música instrumental nacional vão se encontrar no palco.
Serão recebidos músicos do Rio Grande do Sul ao Pará, prestigiando diversas regiões do Brasil, em shows às 19h
e às 21h. São 366 lugares no teatro. Serão distribuídas senhas 30 minutos antes
de cada apresentação. A capacidade de público é limitada. De acordo com os
organizadores, serão duas atrações musicais por dia.
O festival foi idealizado e é realizado por Renato Byington, da D+3 Produções, que assina eventos já
consagrados, como o Vibra Open Air, que completa 20 anos em 2022 e acaba de
encerrar uma temporada de sucesso em São Paulo. O curador do BraJazz Fest,
Bernardo Pauleira, músico, produtor e gerente de Artistas e Repertório
(A&R) na Warner Music Group, com mais de 20 anos de carreira, elegeu um
tema por dia como fio condutor das apresentações, durante a programação que
invadirá o Jockey Club Brasileiro, no Teatro XP.
Na sexta dia (8), segundo dia do festival, segue na esteira da brasilidade, com repertório do jazz ao choro.
O multi-instrumentista Dirceu Leite, ao lado de seu quarteto, traz um repertório
de choro mais tradicional, enquanto Maira Freitas, filha do compositor Martinho
da Vila, apresenta o quinteto Jazz das Minas, grupo formado apenas por
mulheres, “muito potente e poderoso”, segundo Bernardo Pauleira. O Jazz das
Minas promete sacudir as estruturas do teatro, com uma roda de afro-samba-jazz
de primeira qualidade.
No sábado (9), o evento é dedicado ao contrabaixo. O groove (padrão rítmico curto) do baixo vai comandar
o palco com sotaques diferentes, envolvendo baixistas das regiões Sul e Norte.
Guto Wirtti, do Rio Grande do Sul, abre a noite, com uma formação de quarteto. Wirtti é um dos
instrumentistas mais requisitados da música brasileira e já atuou com nomes
como Yamandu Costa, Hamilton de Holanda e João Bosco. Em seguida, Ney Conceição,
natural de Belém do Pará, leva ao palco os anos de experiência que acumulou ao
tocar com nomes como João Nogueira, Moraes Moreira, Zé Keti, Paulinho Trumpete
e tantos outros, sem deixar o groove sair do tom. “Eles abrem o leque de
referências dentro do Brasil, saindo do eixo Rio de Janeiro/São Paulo, mas com
as referências de suas raízes que cada um traz na bagagem”, comentou o curador.
O último dia do festival terá uma festa de encerramento, com um encontro de medalhões do jazz nacional. O
gaitista Mauricio Einhorn vai abrilhantar o Jockey Club, no auge dos seus 90
anos, ao lado de Ricardo Silveira e Jefferson Lescowich, nomes consagrados da
cena jazz nacional. Por fim, uma jam session impecável vai trazer o ritmo
necessário para fechar a segunda edição do BraJazz com chave de ouro, reunindo
apresentações de Claudio Dauelsberg, que comemora 35 anos de carreira, ao lado
de Ney Conceição (baixo), Erivelton Silva (bateria) e convidados especiais,
entre os quais Robertinho Silva, Nivaldo Ornelas, Edgar Duvivier, Torcuato
Mariano, Jessé Sadoc, Bigorna e José Staneck.
Renato Byington completou que a ideia nasceu a partir do desejo de apresentar as várias facetas da música
brasileira. Para ele, o BraJazz “é um convite para o público se entregar ao
reencontro com alguns dos melhores músicos brasileiros, curtir a música na sua
excelência, em um ambiente leve e descontraído. Acho importante que, neste
momento, a gente possa proporcionar espetáculos de alta qualidade cultural, em
um clima leve e despretensioso.”
Palestras
Palestras sobre o cenário do jazz atual também farão parte da programação diária, a partir das 17h30,
abrangendo vários temas. No primeiro dia, Claudio Dauelsberg abordará as
diversas possibilidades do piano. No dia 8, o público poderá repensar o papel das
mulheres instrumentistas com Maira Freitas e Mônica Avila. Em seguida, no dia
9, Dirceu Leite vai tratar da iniciação musical através de nossas raízes
musicais, fazendo um passeio pela música nacional. Por fim, Robertinho Silva
fecha o festival, falando sobre a diversidade rítmica brasileira.
As palestras estão alinhadas com os números musicais. Ou seja, o espectador é convidado a refletir mais
profundamente sobre um assunto e aproveitar a riqueza da música instrumental
brasileira. O BraJazz Fest nasceu como um festival intimista e, na segunda
edição, pretende manter o clima contemplativo e sensível da estreia, em 2019,
que ocorreu na Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, zona sul da cidade.
Nos anos 2020 e 2021 não houve o festival, devido à pandemia de covid-19. “Agora, a gente está podendo voltar,
juntar o público e artistas no formato presencial, ao vivo, no palco, com uma
qualidade técnica de primeiro mundo. Vamos levar o clima de clube de jazz para
o Jockey Club”, disse Bernardo Pauleira.
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