27 de junho de 2022

"Arte em Pauta": Os 10 livros que todo artista precisa ter na sua estante

"Arte em Pauta"

 Com Marcela Lanna  /  @marcelalanna

Os 10 livros que todo artista precisa ter na sua estante para continuar sendo artista 



Cada artista tem sua própria caixa de ferramentas para estudar, pesquisar, se inspirar e fazer arte. Independente de qual fonte é escolhida, uma coisa é certa, uma boa arte se faz com a cabeça através do conhecimento e das referências. Então, quanto mais as referências forem diversas melhor. Multiculturais, melhor. Plurais, ainda melhor. Mundanas, perfeito.


Para muitos, este kit inclui livros aos quais eles retornam - não apenas para consultas ou informações práticas, mas também para uma compreensão do processo artístico dentro de um contexto teórico e filosófico mais amplo. É aí que entra nossa lista. O MaHub, uma comunidade para criativos, fez uma curadoria especial de livros com obras de desenvolvimento pessoal a autobiografia, que aparecem nas estantes de muitos artistas e são indicados para a sua biblioteca pessoal.


O ponto principal e em comum destas obras é o pensamento no fazer artístico com foco na resistência, coragem e desbloqueio criativo, assim como, no mindset ideal do artista. O que faz com que o artista ultrapasse com bravura os obstáculos e as intempéries da sua carreira.


Pronto para começar a construir sua biblioteca criativa? Arranje um espaço na sua estante para nossa lista de 10 livros que todo artista precisa ter. E saiba, o MaHub (@mahuboficial) tem vídeos com a resenha de vários livros citados aqui. Aproveite!


 1.  A Guerra da Arte – Steven Pressfield (2011)


Não se confunda com o livro “A Arte de Guerra” de Sun Tzu que fala sobre estratégias e táticas de guerra. O livro “A Guerra da Arte” de Steven Pressfield trava sua batalha com um inimigo interno, ou seja, as dificuldades, o bloqueio criativo e a resistência ao se realizar o seu trabalho a cada dia. Sabe aquela força, oculta e estranha, que por muitas vezes te domina e te dá as melhores desculpas? Frases como “deixa para segunda”, “ainda há tempo, deixa para depois”, “você está cansado e merece um descanso”, “quem trabalha num sábado?” chegam como uma voz em nossa consciência e esta, segundo o autor, é nosso grande e maior inimigo com o qual devemos lutar a cada dia através de rotinas, trabalho duro, adoração das musas inspiradoras, por exemplo. 


Pressfield traz de maneira simples e um tanto filosófica as artimanhas da RESISTÊNCIA e nos ajuda com algumas estratégias para se manter fiel ao trabalho, propósito e paixão. É um livro necessário a qualquer artista e profissional criativo! 


2.   Flow: a psicologia do alto desempenho e da felicidade - MihalyCsikszentmihalyi, Cássio de Arantes Leite (1990)


Flow explora como podemos experimentar o prazer orgástico em nossas vidas, controlando nossa atenção e fortalecendo nossa determinação. Isso acontece quando estamos imersos em uma atividade ou assunto incapaz de nos deixar ansioso (por ser muito difícil), nem entediado (por ser muito fácil). Neste “estado de fluxo”, perdemos nossa autoconsciência, egoísmo e senso do tempo.


Este estado seria justamente a condição ideal para o trabalho criativo e o surgimento da inspiração. Por isso, este livro é uma referência para artistas e criativos que buscam se manter como tal.


Mihaly Csikszentmihalyi é professor de Psicologia com um doutorado da Universidade de Chicago. Ele foi descrito como o líder mundial em pesquisas sobre Psicologia Positiva, criatividade e motivação. Outros livros baseados nessa pesquisa incluem Creativity: The Psychology of Discovery and Invention e Finding Flow: The Psychology of EngagementwithEveryday Life.


3.   Leonardo da Vinci - Walter Isaacson e André Czarnobai (Biografia 2017)


É incrível como da Vinci foi um homem que se destacou exponencialmente em diversos ramos, desde ciência, armamento de guerra, estratégias, pintura, escultura e medicina, por exemplo. Já é difícil se destacar em uma área, quem diria em uma gama delas. Tem pessoas que elevam a barra e nos deixa curiosos sobre “como” ele conseguiu ter uma mentalidade e raciocínio tão impressionantes. O livro é longo e um pouco maçante, mas vale a pena entender um pouco da vida, do contexto e das referências de da Vinci. 


Com base em milhares de páginas dos cadernos pessoais de da Vinci, o autor Walter Isaacson, também biógrafo de Einstein e Steve Jobs, tece uma narrativa que conecta arte e ciência, revelando faces inéditas da história do artista. Desfazendo-se da aura de super-humano muitas vezes atribuída a ele, Isaacson mostra que a genialidade de Leonardo estava fundamentada em características bastante palpáveis, como a curiosidade, uma enorme capacidade de observação e uma imaginação tão fértil que flertava com a fantasia.


4.   Triologia do Austin Kleon: Roube como um artista; Mostre seu trabalho e Siga em frente (2013)


Três livros pequenos, ilustrados e divertidos do designer e escritor Austin Kleon. Cada um apresenta uma lista de 10 dicas bem-humoradas, ousadas e simples para você fazer o que o título do livro fala, ou seja, como ser criativo na era digital, como divulgar sua arte e como não desistir. O mais importante para os leitores é a praticidade dos conselhos.


Os livros foram baseados numa palestra feita pelo autor na Universidade do Estado de Nova York que em pouco tempo se viralizou na internet. O autor, corajosamente, desfila verdades sobre criatividade e seu mercado: nada é original, então abrace as influências, colete ideias, misture e reimagine para achar seu próprio caminho, um caminho autêntico.


O título chama a atenção. Roubar assusta, mas o significado aí não é roubar em si, é se apropriar de múltiplas referências de outros artistas, inputs pessoais e criar a partir desta imensa curadoria pessoal a sua própria obra de arte, original. 


Estes livros são um bom presente para aquele seu amigo artista ou que faz atividades criativas! Não tem erro, ele vai gostar!


5.   Originais: Como os inconformistas mudam o mundo – Adam Grant (2017)


Qual é o segredo das pessoas originais? Será que a criatividade é uma qualidade inata ou uma habilidade que pode ser estimulada ou mesmo aprendida? Em seu livro, Adam Grant desmistifica muitas das crenças que existem em torno das mentes criativas. Ele recorre a uma série de estudos e histórias reais envolvendo o mundo dos negócios, a política, os esportes e o universo do entretenimento para mostrar como qualquer pessoa pode aprimorar sua criatividade, combater o conformismo, tornar-se capaz de identificar defender ideias verdadeiramente originais e romper com tradições obsoletas.


A narrativa e a pesquisa de Adam Grant são sempre muito divertidas. O livro traz a histórias de pessoas em diversas áreas de atuação. São 8 capítulos ao todo e, ao final, uma lista de dicas de ações de impacto para incitar a criatividade. Legal. 


6.   Pense como um artista – Will Gompertz (2015)


Conheci o autor Will Gompertz, editor de artes da BBC, no lançamento do seu livro “Isso é arte?: 150 anos de arte moderna. Do impressionismo até hoje” na feira de arte ArtRio, no Rio de Janeiro. Gostei muito da sua palestra e do seu humor. Gompertz fazia stand ups e trouxe uma abordagem bem-humorada e com charges para seus livros sobre arte, “Pense como um artista” não foi diferente. 


São 11 capítulos em que o autor discorre sobre o mindset criativo a partir da sua observação nas diversas entrevistas e convivência com os maiores artistas, diretores, escritores, músicos, atores, designers e pensadores criativos do mundo. Gompertz traçou uma série de traços comuns a todos eles, sendo práticas e processos básicos que estimulam e permitem que seus talentos floresçam.


7.   A licença criativa: se dando a permissão de ser o artista que você é – Danny Gregory (2005)


Danny Gregory teve uma vida difícil por causa de uma tragédia que aconteceu com sua mulher. Para superar e conseguir ficar são, ele começou a desenhar. Esta válvula de escape se tornou, com o tempo, sua nova profissão: desenhista e ilustrador. 


Todos os livros do Danny são lindamente ilustrados por ele. Quando o próprio autor ilustra e escreve, a narrativa se torna duplamente potente, pois as palavras esboçam e os desenhos descrevem os sentimentos. A mensagem fica mais potente. 


No seu livro “A Kiss beforeyou go” (Um beijo antes de você ir) conta a história de vida do autor e sua família. Já o livro “A Licença Criativa” fala sobre o processo criativo, os cadernos de desenho, a material para desenhar e a linda arte de registrar artisticamente seu dia-a-dia. Ou melhor, de observar e ver a beleza no cotidiano. O livro fala do coração, em ambos sentidos. 


8.   Not Impossible – Mick Ebeling (2016)


Mick Ebeling é um cara que não tem a palavra "impossível" em seu dicionário pessoal. Na verdade, ele trabalha contra as impossibilidades de mudar situações absurdas usando a tecnologia para o bem da humanidade. Conheça seu projeto "Laboratório Não Impossível" (Not Impossible Lab) e como ele construiu um óculos para pessoas com restrições de movimentação corporal escreverem e fazerem arte somente com os olhos; uma roupa com sensores táteis para surdos "ouvirem" e sentirem músicas em shows; dispositivo sensíveis para cegos "verem" o lugar através da sensibilidade da língua. Observa como a arte sempre está presente?





Mick desafia diariamente as dificuldades corriqueiras e trabalha arduamente para trazer uma esperança a pessoas especiais. Mick enxerga o mundo sem barreiras, sem limites para a vontade humana. Isso é mágico de ver! Este livro vai te inspirar, e às vezes, só precisamos disso para continuar. 





9.   A coragem de criar – Rollo May (1982)






Curioso como sempre vemos a palavra “coragem” ao lado de processo criativo. Para ser artista é preciso, antes de tudo, coragem. Subir ao palco, expor sua arte, publicar um livro é se descortinar, ou melhor, se desnudar aos olhos do mundo. E estes olhos, sabemos bem, estão sempre ávidos a criticar e dar opiniões, por muitas vezes cruéis.





Para estar, de livre e espontânea vontade, no lugar do alvo todos os dias de trabalho, requer uma condição sine qua non de habilidade de enfrentar o medo, a dor, o perigo, a incerteza ou intimidação através da intrepidez, audácia, fé, autoconfiança ou da ação do coração, ou seja, da coragem.





A coragem de criar é um texto que ninguém, vivendo num mundo marcado pela padronização dos comportamentos, pode deixar de ler e meditar. Nele, Rollo May defende a tese de que não existe ser humano que não seja criativo. Os mecanismos psíquicos e sociais que impedem a descoberta e a experimentação da criatividade de cada um são fruto da reação, pessoal e coletiva, contra qualquer nova forma de pensar e agir. Por isso, as duas condições para que a capacidade de criar se torne patrimônio comum de todos são a coragem e a liberdade.







10. The Illustrator: 100 Best from around the World - Steven Heller (2019)


Para terminar esta curadoria, é claro que no dia-a-dia o artista precisa de um livro de referência e consulta para o inspirar. Uma simples folheada num livro repleto de artes já recarrega as energias e potencializa o trabalho. Ele verá cores, perspectivas, composições, texturas, letras, ideias e muito mais.


Coloquei aqui um livro referência de ilustração com os 100 melhores ilustradores do mundo por Steven Heller. Gosto muito de ilustrações para consulta, acho que abstraem bem a mensagem e a proposta artística. Sendo uma coletânea mundial também trazem inputs de culturas diferentes.


Na verdade, pode ser qualquer livro que traz uma quantidade grande de trabalhos artísticos do seu ramo de profissionais do mundo ou do país inteiro. Esta é só uma sugestão de título. O importante é ter um livro destes no seu atelier, estúdio ou escritório, perto do seu lugar de produção.


Espero que tenham gostado da seleção de livros!


Os vídeos podem ser encontrados no canal do youtube do MaHub:


CanalMaHub– PlaylistLivros: https://www.youtube.com/watch?v=YYWYS5gubo8&list=PLqxYn6bVnokmmhGbCYEj_igGzd6UItNtk



Por Mauricio Jose 2 de agosto de 2025
Evento acontece de 15 a 24 de agosto em Cachoeiras de Macacu (RJ) e reúne quase 200 produções audiovisuais de escolas de todo o país e do exterior A cidade de Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana do Rio de Janeiro, será palco, entre os dias 15 e 24 de agosto, da 17ª edição do MacacuCine – Festival Internacional de Cinema Escolar. Reconhecido como o maior evento do gênero no Brasil, o festival traz o tema “Todos os Brasis do Brasil” e reúne 188 produções audiovisuais de todas as regiões do país e de diversos países, reafirmando o compromisso com a democratização do acesso à cultura e à educação por meio da sétima arte. Criado em 2007 pela Associação Cultural Vale do Macacu, o MacacuCine surgiu com o propósito de reaproximar a população local do cinema, especialmente em uma cidade sem salas comerciais de exibição. Desde então, o festival cresceu exponencialmente, com sessões públicas em praças, oficinas em escolas, mostras competitivas e projetos que se espalham pelo Brasil e pela América Latina. Ao longo de quase duas décadas, o MacacuCine foi realizado em diversos estados, com quatro edições na Argentina (a convite da Embaixada Brasileira em Buenos Aires) e quatro no Uruguai (a pedido do Ministério da Cultura e Educação do país vizinho).  Entre os reconhecimentos recebidos estão o Prêmio Rio Sociocultural (2010), o Prêmio Estadual de Cultura (2011) e o Diploma Heloneida Studart de Cultura concedido pela Alerj, além da indicação ao Prêmio de Boas Práticas da ONU (2009). Destaques da programação A abertura oficial será no dia 15 de agosto, com o Encontro Internacional de Cinema e Educação, reunindo representantes da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e convidados internacionais como Roberto Smith, diretor do prestigiado Festival de Havana, em sua 45ª edição. O encontro será transmitido ao vivo pelo canal do YouTube do festival: youtube.com/macacucine. Nos dias 16 e 17 de agosto, na sede da Associação Cultural Vale do Macacu, acontece o Conecta MacacuCine, um mercado-seminário voltado a jovens realizadores, com oficinas, palestras e rodadas de negócios com a participação de instituições como Sebrae, Rio Filme, Festival do Rio, Distribuidora Vitrine e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do RJ (SECEC RJ). O festival também promove diversas mostras competitivas, com votação online e premiação em dinheiro nas categorias: Escolar (nacional e internacional) Universitária (nacional e internacional) Oficinas MacacuCine (filmes produzidos por alunos locais) Micro-curtas (filmes com até 1 minuto de duração) As sessões ocorrerão em diferentes pontos da cidade: Tenda MacacuCine, no Centro Cultural do Antigo Quintino, com capacidade para até 150 alunos (18 a 22/08) Cine Macacu, a sala de cinema do Ponto de Cultura Vale do Macacu (16 a 23/08) Praça Manoel Diz Martinez, com sessões ao ar livre seguidas por apresentações culturais Encerramento O festival se encerra no dia 24 de agosto, às 19h, com cerimônia de premiação transmitida ao vivo pelo YouTube. Os vencedores das mostras competitivas receberão prêmios em dinheiro e o Troféu Paschoal Guida, símbolo máximo do festival. Projetos permanentes do MacacuCine Além do festival anual, o MacacuCine mantém iniciativas permanentes que incentivam a formação e o acesso ao audiovisual: MacacuCine nas Escolas – oficinas de cinema em escolas públicas Circula MacacuCine – sessões itinerantes em zonas rurais Macacu Cineclube – exibições com debates em escolas e no Cine Macacu Portal CinEduca – streaming gratuito com filmes escolares e material pedagógico Conecta MacacuCine – mercado-seminário para formação de jovens cineastas
1 de agosto de 2025
No ano Brasil – França, a peça Visitando Camille Claudel, que revisita a história da escultora francesa retorna ao Rio de Janeiro, duas décadas após sua estreia. A atriz Adriana Rabelo retorna aos palcos com a premiada obra Visitando Camille Claudel, um espetáculo que resgata, de forma poética e visceral, a trajetória da escultora francesa cuja genialidade foi silenciada pelo machismo e pela exclusão. A nova temporada acontece de 2 a 25 de agosto, sempre aos sábados, domingos e segundas, às 20h, no Teatro Gláucio Gill, em Copacabana. Na noite de estreia, dia 02, Heloisa Aguiar, Secretária de Estado da Mulher estará presente para um bate papo com o público. Mais do que uma biografia cênica, o monólogo mergulha nas profundezas da trajetória de Camille Claudel, uma artista que ousou ser mulher e profissional em um mundo dominado por homens, e que acabou internada involuntariamente. A montagem, sucesso de crítica e público, escrita e dirigida por Ramon Botelho, entrelaça arte e sofrimento, amor e reclusão, numa narrativa que aborda temas tão urgentes quanto universais. Embora ambientada entre o final do século XIX e o início do XX (1864–1943), a peça traz questões que permanecem dolorosamente atuais: igualdade de gênero, saúde mental, o reconhecimento da mulher no mercado de trabalho e a luta antimanicomial — afinal, ainda hoje, mulheres continuam sendo internadas involuntariamente. Aos domingos, haverá também um debate ao final da peça com a participação de vozes reconhecidas no campo da saúde mental, filosofia, políticas públicas, cultura e pensamento contemporâneo: , Neyza Prochet, Pedro Cattapan e Viviane Mosé.  Serviço Peça: Visitando Camille Claudel Quando: De 2 a 25 de agosto – sábados, domingos e segundas, às 20h Onde: Teatro Gláucio Gill – Praça Cardeal Arcoverde, Copacabana, RJ Ingresso: http://funarj.eleventickets.com/ (escolher Teatro Glaucio Gill e data) Classificação indicativa: 14 anos Debates: após as sessões de domingo