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10 de maio de 2022

Após 45 anos, música de Beto Guedes ainda leva gente para viver em Lumiar

Muitas pessoas foram conhecer o local após ouvirem a música, que leva o nome de Lumiar

A música, composta por Beto Guedes e Ronaldo Bastos, foi lançada em 1977. Muita gente, que hoje mora em Lumiar, foi conhecê-la devido a música. Daí pra frente foi um passo para se apaixonarem e voltar para morar


Quem foi morar em Lumiar ou foi visitar o lugar por causa da canção, está lá por causa do que é descrito na letra, que exalta as belezas naturais e descreve o ambiente com frases de encantamento. O distrito de Nova Friburgo fica em área de mata atlântica, na Reserva Florestal de Macaé de Cima, onde nasce o Rio Macaé. A floresta de 7.000 hectares está em uma altitude entre 880 e 1.720 metros. Grande parte da reserva florestal se localiza na bacia hidrográfica do Rio Macaé e seu afluente, o Rio das Flores. Essas águas possibilitam o surgimento da maior parte das cachoeiras e lagos da região.

A Lumiar de natureza quase intocada mudou bastante, muito por causa da música. Antes, o local era basicamente uma área rural, com plantações, criações de animais e muitos sapos, como lembra a moradora Ana Bastos, que sabe quanto o distrito se transformou, sobretudo ao redor da praça, onde fica a maior concentração de bares, restaurantes e pousadas. "O pessoal que veio naquela época aprontava. Faziam farra nos rios, nas cachoeiras, nas padarias. Era muita gente diferente chegando de uma vez. Eles ficavam felizes com o que viam aqui", diz Bastos, sorrindo.

Quando a música foi lançada, Dercy Klein, 58 anos, tinha 13 anos. Nascido e criado em Lumiar, hoje ele é conhecido como "vovô" e é responsável por um bar que leva seu apelido, um dos locais mais frequentados do distrito. Klein viu muita coisa acontecer. "Praticamente 90% das pessoas que chegaram em Lumiar naquela época vinham por causa da música. Primeiro foram os hippies, depois, quando chegou asfalto e luz elétrica, os hippies foram para o Sana, mas mesmo assim nunca mais parou de vir gente para cá por causa da música. Ou para ficar ou para passear", conta ele que, ao ser questionado se a canção foi responsável pela instalação de energia elétrica e calçamento das ruas, respondeu: "Claro que sim. Essa música mudou tudo por aqui".

Embora o disco "A Página do Relâmpago Elétrico" e a música "Lumiar" não tenham sido os maiores sucessos de venda do período, entraram na onda dos "alternativos" da época. Beto Guedes, toda a turma do Clube da Esquina e suas ramificações eram a fruta da estação de um grupo que abraçou esses artistas e os reverencia desde então.

Em 1977, o distrito tinha apenas uma pousada. Hoje são mais de 100 — o número é parecido ao de outros distritos ou cidades com o mesmo estilo de turismo, como São Thomé das Letras (MG). Hoje cerca de 6.000 pessoas vivem em Lumiar.

A música

Beto Guedes fez a música antes mesmo de conhecer Lumiar. A letra foi inspirada em histórias contadas pelo parceiro de composição, Ronaldo Bastos. O compositor ficou tão empolgado com as narrativas de Bastos que quis fazer a música e conhecer o distrito. Os versos não enganam: "Contando caso de como deve ser Lumiar...".

O músico local Thadeu Camargo afirma que a Lumiar de hoje não é a mesma que conheceu nos anos 1980. "Cresceu demais, né?". Contudo, garante que a alma do lugar se mantém. "O lugar não é mais um vilarejo, mas ainda é muito especial. Muito mesmo. O sol, a chuva, a lua, a água, os abraços, o papo nos bares, a estrada de barro das roças, o vento das montanhas, os vaga-lumes, o entardecer... Enfim, é um espírito de paz, de luz. Essa sensação de familiaridade, de compatibilidade, de toda hora achar que vivi aqui desde sempre, não vai embora nunca."

27 de fevereiro de 2025
Com curadoria de Desirée Monjardim, a individual de Fernando Cuntin explora a intensidade da cor e a dinâmica da forma. As pinturas de Fernando Cuntim serão expostas na Sala José Cândido de Carvalho, na exposição "Cuntin-Ta e Pincel". Com abordagem única, o artista cria experiências sensoriais intensas de sua visão artística. A mostra acontece na Sala José Cândido de Carvalho, na Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, com visitação até o dia 11 de abril. A entrada é gratuita. A exposição é apresentada pela doutora em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da UFRJ e membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte, Isis Braga, que destaca a força da obra do pintor. "A pintura, para ele, é um espaço onde os sentimentos ganham formas tangíveis e onde a beleza se revela em cada detalhe. Sua obra traduz um campo de forças, no qual a harmonia é conquistada pela tensão das cores e pela movimentação das formas, que fluem com liberdade e expressividade". Cuntin se interessou pela arte na adolescência, através das aulas de desenho e pintura com o professor Fábio Leopoldino, aprendendo técnicas como óleo, acrílica, pastel, guache e aquarela. "Desde então me dedico à pintura com as mãos cheias de tintas e pinceis e estou sempre praticando o desenho em cadernos de estudos, os chamados sketchbooks", afirma o artista. Serviço Exposição Cuntin-Ta e Pincel de Fernando Cuntin Curadoria de Desirée Monjardim Abertura: Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025 Horário:18h Visitação: até 11 de abril de 2025 Segunda a sexta, de 9h às 17h Entrada gratuita Local: Sala José Cândido de Carvalho End: Rua Presidente Pedreira, 98, Ingá, Niterói
27 de fevereiro de 2025
Este semana o tradicional jornal inglês ”The Guardian” publicou uma resenha opinando que o longa-metragem brasileiro ”Ainda Estou Aqui” ,dirigido por Walter Salles e com história retratada majoritariamente no Rio de Janeiro , é o favorito ao Oscar 2025 na categoria ”Melhor Filme Internacional” . No texto,a jornalista Wendy Ide , responsável pela opinião, diz que ”após o fiasco de ‘Emilia Pérez’ [outro filme na disputa], ‘Ainda Estou Aqui’ é o favorito”. Wendy também elogia Fernanda Torres , que concorre ao Oscar na categoria ”Melhor Atriz” após interpretar Eunice Paiva , protagonista do longa e esposa de Rubens Paiva, personagem central da história – representado no filme por Selton Mello -, assassinado durante a ditadura militar no Brasil. ”Fenomenal!Ela mereceu a indicação”, destacou Ide. Vale ressaltar que, além das duas indicações citadas acima, ”Ainda Estou Aqui”concorre também na principal categoria do Oscar, isto é, ”Melhor Filme”. A cerimônia de entrega das estatuetas acontecerá no próximo domingo (02/03), a partir das 21h (de Brasília), no Teatro Dolby, em Los Angeles, na Califórnia,Estados Unidos.
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