13 de novembro de 2025

2º Encontro das Nações: Saberes do Estado do Rio de Janeiro celebra a diversidade cultural no Museu da República

O Museu da República se prepara para viver um momento histórico: nos dias 22 e 23 de novembro, o espaço no Catete se transforma em um verdadeiro território de diversidade, saberes e ancestralidade com o 2º Encontro das Nações – Saberes.


Em edição inédita e expandida, o evento reúne povos originários, quilombolas, ciganos, comunidades de terreiro, capoeiristas, jongueiros e sambistas em uma imersão cultural gratuita que celebra a força das tradições que moldam a identidade fluminense. Mais do que uma mostra, é um ato de resistência, pertencimento e celebração das raízes que fazem pulsar o Rio de Janeiro em toda a sua pluralidade.


O 2º Encontro das Nações – Saberes, acontece das 10h às 18h, com entrada gratuita. Uma experiência única em um só espaço, expressões diversas, uma verdadeira celebração da ancestralidade e da pluralidade


“Com o objetivo de dar visibilidade à diversidade cultural e valorizar as tradições que moldaram o patrimônio imaterial do estado, o Encontro das Nações Saberes acontece em pleno mês da Consciência Negra, reafirmando o protagonismo das culturas de matriz africana e indígena. A diversidade é uma potência que move a economia, inspira a arte e dá sabor à cultura. Quando o axé, a moda e a gastronomia se encontram, o resultado é um espetáculo de criatividade e identidade. Cada expressão artística traduz um Brasil que cria, empreende e transforma. A moda, a gastronomia, a alma e o axé conectam tudo isso à ancestralidade. Juntos, eles mostram como a cultura é também um motor da economia criativa. É um evento para unir tradição e inovação, mostrando que nossa diversidade é produtiva e visionária", atesta o idealizador do evento Marcelo Fritz.


• Durante dois dias, o público poderá vivenciar uma programação intensa com mais de 30 lançamentos de livros, mostra de filmes, oficinas, palestras, exposições de arte e moda, além de homenagens a baluartes e difusores culturais do Rio de Janeiro. Como José Beniste, Fernandes de Portugal, Mãe Márcia d’ Oxum, Professor Babalawô Ivanir dos Santos, Márcio d’ Jagun, Cigana Kátja Bastos, Mãe Glorinha d’ Aziri, Mejitó Helena d’ Dan, dentre outros


“O que nos move é a certeza de que nossas culturas, quando compartilhadas e respeitadas, fortalecem o sentimento de pertencimento. O Encontro das Nações é uma homenagem viva aos povos que resistem e mantêm acesa a chama da memória e da fé. O Encontro das Nações nasceu da necessidade de reunir, em um mesmo espaço, os saberes e as vozes que formam a identidade do nosso povo. Cada manifestação, cada ritmo, cada comida tradicional é um elo vivo com nossos ancestrais. É sobre celebrar, resistir e ensinar por meio da cultura”, destaca Fritz.


• Atrações

O palco da diversidade trará apresentações de grupos icônicos como o Cacique de Ramos (Grupo Caciqueano), Awurê, Banda Afro Tafaraogi, o grupo cigano Paulo Cigano y Los Gitanos, e o tradicional Jongo Filhos de Benedito

Além de rodas de capoeira, maculelê e danças de povos originários com participação especial das aldeias Barra Velha (BA), Aldeia Velha (BA) e Aldeia Maracanã (RJ).

A bateria da Portela também marcará presença na celebração, reforçando o elo do samba com as raízes afro-brasileiras.

 

• Gastronomia, arte e saberes

A feira multicultural reunirá mais de 90 expositores com produtos autorais. Gastronomia diversa: do acarajé à comida quilombola, passando por doces artesanais, cervejas locais e moda afro. Entre os expositores estão Flor de Oyá Boutique, Brasil Zulu Moda Afro, Acessórios Dafé, Cervejaria Farra Bier, Saboreie de A a Z, Boutique Jurema, Drinkeria Sauer, DK Arte com Cristais, Angú & Cia, entre outros.


O Projeto pretende receber em torno de 2000 pessoas nos dois dias. Um encontro de pertencimento, mais do que um evento, é um ato de resistência, celebração e valorização das matrizes culturais. A proposta é promover o fortalecimento de segmentos que mantêm viva a memória ancestral, garantindo que as tradições de ontem se conectem com o presente e o futuro.


O encontro nasceu em 2023 e hoje na sua segunda edição já traz frutos da semente plantada que bem regada até aqui já nos proporciona colheita que mostram nossos valores e riquezas. Fundado em 2023 pelo ICAPRA – Instituto Cultural de Apoio e Pesquisa às Tradições Afro (criado em 1998), o Encontro das Nações nasceu para somar às iniciativas já existentes, oferecendo uma contribuição significativa na união e no fortalecimento dos povos e comunidades tradicionais do Estado do Rio de Janeiro.


2º Encontro das Nações – Saberes do Estado do Rio de Janeiro

Datas: 22 e 23 de novembro de 2025

Horário: das 10h às 18h

Palco: Programação cultural durante todo o evento

19 de novembro de 2025
No dia 20 de novembro, quinta-feira, a Casa da Tia Ciata realizará uma edição especial do já tradicional Cortejo da Tia Ciata, em celebração ao Mês da Consciência Negra no Rio de Janeiro. A programação terá início às 10h, no Centro de Artes Calouste Gulbenkian, com uma sequência vibrante de apresentações culturais e um cortejo que promete emocionar o público ao percorrer a Avenida Presidente Vargas. O evento contará com atrações como grupos de afoxé, escolas de samba mirins, maracatu e demais grupos afros. O encerramento fica por conta do Samba da Cabaça, no retorno ao Calouste. Para os organizadores, o evento representa um marco importante na luta contra o racismo e a valorização da cultura afro-brasileira. "A Tia Ciata foi uma pioneira em transformar sua casa em um espaço de acolhimento, arte e resistência. O cortejo que leva seu nome é uma continuidade dessa tradição de valorização da cultura negra e da resistência através da arte, principalmente neste ano em que celebramos seus 100 anos", destaca Gracy Mary Moreira, gestora da Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC) e espaço cultural. Bisneta de Tia Ciata. Na manhã, as baianas, com suas roupas tradicionais e toda a sua elegância, serão organizadas em destaque, honrando a tradição e a ancestralidade afro-brasileira. Ao meio-dia, terá início a formação do Cortejo da Tia Ciata, que desfilará pela Avenida Presidente Vargas. Durante o percurso, o cortejo levará o público por um passeio histórico e cultural, resgatando memórias e celebrando a resistência da população negra carioca, que teve em Tia Ciata uma de suas figuras mais emblemáticas. A duração prevista do cortejo é de 1 hora e 50 minutos, com retorno ao Centro de Artes Calouste Gulbenkian. De volta ao Calouste, a partir das 14h, será realizado o Samba da Cabaça, um dos momentos mais aguardados da programação. Na roda de samba que é uma homenagem ao candomblé e à cultura afro-brasileira, celebrando as tradições musicais que Tia Ciata ajudou a preservar e difundir. O evento seguirá até às 16h, reunindo sambistas, músicos e admiradores da cultura popular carioca. “O Cortejo da Tia Ciata é mais do que uma celebração cultural; é um movimento de resistência e afirmação da identidade negra no Rio de Janeiro. Organizado pela Casa da Tia Ciata, o evento busca preservar e difundir a memória de Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, uma das principais figuras da Pequena África carioca e considerada uma das matriarcas do samba”, explica Gracy Mary Moreira. Com uma programação rica e diversa, o evento promete atrair um público variado, desde admiradores do samba e da cultura popular até estudiosos e pesquisadores interessados em aprender mais sobre as raízes da cultura afro-brasileira. Sobre a Casa da Tia Ciata Fundada pela Organização dos Remanescentes da Tia Ciata (ORTC), a instituição leva o nome de Hilária Batista de Almeida, a Tia Ciata, ialorixá, liderança comunitária e figura central na origem do samba carioca. Mais do que um espaço físico, a Casa representa um quilombo urbano vivo, que conecta saberes ancestrais, arte e tecnologia. Entre as principais novidades do ano, a Casa lançou o jogo interativo “Ciatinha na Pequena África”, desenvolvido com patrocínio da Prefeitura do Rio e lançado no primeiro semestre. O game em 3D transporta os jogadores para o Rio do início do século XX, com uma narrativa que mistura aventura e história, passando por personagens como Tia Ciata e Tia Sadata. O jogo é gratuito e está disponível no Google Play e em eventos parceiros. Além das novidades digitais, a Casa mantém uma programação diversa e gratuita, com vivências de jongo e capoeira, rodas de conversa, caminhadas guiadas pela Pequena África e oficinas culturais. A proposta é aproximar diferentes gerações das raízes culturais negras, fortalecendo vínculos comunitários e celebrando a potência do território. SERVIÇO Cortejo da Tia Ciata Data: 20 de novembro de 2025 Horário: Das 10h às 17h Local de Início: Centro de Artes Calouste Gulbenkian, Rua Benedito Hipólito, 125, Centro, Rio de Janeiro Trajeto: Saída do Calouste Gulbenkian, desfile pela Avenida Presidente Vargas e retorno ao Calouste Entrada: Gratuita
19 de novembro de 2025
A União Brasileira de Compositores (UBC) e a Pró-Música Brasil, ao lado de representantes da indústria criativa, lançam a campanha “Toda criação tem dono. Quem usa, paga”, iniciativa que une cultura, direito autoral e economia criativa em torno de um mesmo objetivo: garantir que a revolução da inteligência artificial aconteça com transparência, remuneração justa e respeito a quem cria. O movimento chega ao público com um convite direto para que as pessoas assinem uma petição no site oficial da campanha, pressionando por um marco regulatório que proteja a criação humana no ambiente digital e assegure a sustentabilidade de quem vive da própria arte. Confira os detalhes e participe da campanha através do link: todacriacaotemdono.com.br Logo na largada, a campanha ganha força com o apoio de artistas de diferentes gerações e perfis. “Com uma regulamentação justa, criatividade e tecnologia podem caminhar juntas”, afirma Marisa Monte, sublinhando que o debate não é contra a inovação, mas a favor de regras claras. Marina Sena chama atenção para o desequilíbrio econômico ao lembrar que “se há empresas ganhando bilhões, precisam arcar com as consequências”. Já Caetano Veloso ressalta a urgência do tema: “É urgente garantir condições éticas para o uso da inteligência artificial no Brasil.” Um dos pilares da campanha é esclarecer que a tecnologia de IA não é, em si, o problema. Pelo contrário: a inteligência artificial pode – e deve – ser ferramenta de inovação e instrumento do processo criativo. O ponto de tensão surge quando grandes empresas se apropriam de criações humanas sem autorização, sem transparência e sem pagamento, tratando obras, interpretações e produções artísticas como se fossem apenas dados disponíveis, e não resultado de trabalho intelectual, investimento e risco. Sem uma regulamentação clara, o cenário tende a se agravar. Criadores e demais titulares de direitos autorais e conexos não têm controle sobre como suas obras são usadas, enquanto empresas de IA podem treinar modelos com catálogos inteiros de obras protegidas sem pedir autorização nem remunerar ninguém. Com isso, o mercado da criação humana tem sua sustentabilidade ameaçada, a diversidade cultural corre o risco de ser empobrecida e toda a cadeia da economia criativa – de compositores e intérpretes a produtores, selos, editoras, plataformas de conteúdo e serviços profissionais – passa a operar em desvantagem em relação a grandes grupos tecnológicos. A campanha parte de uma ideia simples e poderosa: a arte revela o que ainda não existe, escreve o que ainda não tem nome, canta o que a alma não sabe calar. Cada acorde, cada verso, cada tela que chega ao mundo nasceu do trabalho de uma pessoa que tentou, errou, se atreveu e criou. Quando essas criações são tratadas apenas como insumo bruto para alimentar algoritmos, sem perguntar, sem pagar, sem respeitar, não é apenas o artista que perde: é a própria cultura, a memória coletiva, a pluralidade de vozes e experiências que moldam uma sociedade. Na prática, “Toda criação tem dono. Quem usa, paga” pede que seja construído um marco regulatório que exija transparência das ferramentas de IA e das grandes plataformas, obrigando-as a declarar o uso de obras protegidas em treinamentos e ofertas de serviços, e a firmar contratos ou pagar licenças sempre que houver utilização. Defende que titulares de direitos autorais e conexos tenham o poder de autorizar ou proibir o uso de suas obras em treinamentos de IA, que haja clareza total sobre quais fontes são utilizadas, quando e como as criações são usadas, e que, se uma música está treinando e alimentando padrões de algoritmos que geram lucro, seus titulares recebam parte desse retorno. Em síntese, o pedido é que a tecnologia caminhe ao lado de quem cria, e não se sobreponha aos criadores. Ao articular entidades centrais do ecossistema da música, artistas de grande relevância e um chamamento direto à sociedade, a campanha se posiciona como um movimento de cultura e de negócios ao mesmo tempo: defende a integridade da arte e a viabilidade econômica de toda uma cadeia produtiva que movimenta emprego, investimento, exportação de ativos intangíveis de construção de reputação para o Brasil no cenário global. A partir de 17 de novembro, o público poderá aderir à causa assinando a petição no site oficial da campanha. A expectativa é envolver não apenas profissionais da música, mas também outros setores da economia criativa, consumidores, empreendedores, formuladores de políticas públicas e o próprio mercado de tecnologia em torno de um pacto mínimo: no mundo físico ou digital, toda criação tem dono – e quem usa, paga.